Um ex-diretor e delegado aposentado da Polícia Federal (PF) foi flagrado por câmeras de vídeo ameaçando com um revólver o recepcionista de um hotel no Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal, depois de uma discussão por causa do preço da hospedagem. Ele foi rendido pelo funcionário. A confusão aconteceu no último dia 4.
Em depoimento, o recepcionista, Allan Allan Gomes Silva disse que o delegado aposentado João Batista Campelo pediu um quarto de solteiro, que custa R$ 95. A gravação mostra que Campello deixa a recepção e volta em seguida com uma mulher. Ao ser informado de que o quarto custaria R$ 40 a mais, ele passou a ameaçar o recepcionista.
Campelo sacou um revólver calibre 38. O delegado empurrou o rapaz com a arma e depois tentou retirar a capa que envolvia o revólver. Nesse momento, o funcionário do hotel pula sobre o balcão, derruba o delegado e toma a arma dele.
O delegado deixou a recepção do hotel e foi até a delegacia do Núcleo Bandeirante para registrar a ocorrência. Lá, se apresentou como vítima.
O delegado responsável pelo caso, João Carlos Lóssio, disse que a arma foi apreendida, e o caso, registrado como ameaça e vias de fato, crime considerado de menor potencial ofensivo.
“No juizado especial é feita uma audiência de conciliação, tenta se fazer a conciliação entre as partes. Não havendo a conciliação é pena restritiva de direito, prestação de serviço à comunidade, doação de cesta básica, tipo de pena que a Justiça determinar”, informou Lóssio.
Allan Gomes Silva trabalha há oito meses no hotel. Disse que nunca tinha sofrido agressão. “Ainda mais por trabalhar de noite, a gente fica com medo. Vai saber o que pode acontecer mais pra frente. A gente fica imaginando outras situações dessa, mas fazer o quê? A gente tem que trabalhar, tem que seguir a vida, né?”, disse Allan. .
O G1 ligou nesta quinta-feira (10) para o delegado aposentado, mas todas as ligações caíram na caixa de mensagem. Campello tomou posse do cargo de diretor da PF em junho de 1999. Pediu exoneração do cargo três dias depois de assumir a função, alegando perseguições políticas.
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