segunda-feira, 31 de março de 2014

Protesto no Facebook foi lançado após divulgação de pesquisa do Ipea

 Do R7.

Moradora do DF, a jornalista Nana Queiroz é a criadora da campanha “Eu não mereço ser estuprada”, que já conta com mais de 44 mil adesões em um evento criado no Facebook. A manifestação foi criada na última quinta-feira (27), quando o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou uma pesquisa que mostra que 65,1% dos brasileiros concordam, total ou parcialmente, que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.  
— Na primeira hora a gente cresceu cem convidados a cada cinco minutos. Isso foi aumentando até chegarmos a quase 250 mil convidados. Também fizemos um grupo no Face para que as propostas não morressem ali.  
Como forma de apoio ao protesto, milhares de mulheres e homens publicaram foto na rede social, com a frase que dá nome ao movimento, que ganhou apoio de celebridades e foi citado até pela presidente Dilma Rousseff. 

 

 Nana Queiroz foi a primeira a posta foto na internet como protesto contra a violência à mulher Reprodução / Faceboo
 
— Eu não esperava nada menos da presidente enquanto mulher. Fico contente que ela tenha se sensibilizado à causa. Espero que o apoio dela se converta em ações concretas como o apoio por leis mais atuais, ou talvez até uma atualização da Lei Maria da Penha para também proteger mulheres contra crimes virtuais.   
Nana denuncia que, por ter idealizado o movimento, já sofreu centenas ameaças na internet de estupro e outras formas de agressão, além de mensagens de apologia ao estupro.  
— Denunciei na polícia no sábado e eles estão investigando, mas vão demorar em torno de seis meses para conseguir quebrar o sigilo e encontrar o perfil dos meus agressores. Se o Marco Civil da internet já estivesse valendo, seria muito mais fácil. Penso em outras mulheres que são ameaças e que moram em lugares onde não há delegacia da mulher. Se elas esperarem seis meses para que os ameaçadores sejam identificados, elas podem morrer ou ser estuprada.   
A jornalista diz ainda que desde que o movimento surgiu no Facebook ela tem recebido milhares de mensagens de mulheres que já foram estupradas. Segundo ela, os relatos confirmam as estatísticas de que a maioria dos estupros ocorre dentro da casa das vítimas, por pessoas conhecidas, como parentes.  
— O estupro não ocorre somente no beco escuro, mas também no quarto ao lado, incluindo os ataques sexuais sem penetração que também são estupros. E também os casos de abusos sexuais com mulheres dormindo ou bêbadas, os que têm crianças como vítimas.  
Nana Queroz também alerta que nesses casos é importante que as pessoas próximas às vítimas as incentivem a denunciar os agressores.  
— Uma vítima de estupro é um trauma tão grande que ela não vai sair contanto para a polícia primeiro, ela conta para a mãe, tia, amigas. Ela está muito vulnerável, por isso precisa ser encorajada.
No próximo sábado (5), uma manifestação será realizada na Esplanada dos Ministérios com o mesmo tema da campanha contra a violência à mulher. A concentração será no Museu Nacional da República, a partir das 14h.
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