Rosivan é acusado de ser o mentor e executor do crime (Foto: Alex Ribeiro/Arquivo)
O ex-policial militar Rosevan Moraes
Almeida, principal acusado pelo homicídio de seis adolescentes no caso
que ficou conhecido como “Chacina de Icoaraci”, vai a júri popular nesta
quarta-feira (22), a partir das 8h, no plenário do júri do Fórum
Criminal de Belém.
Segundo os autos do processo, seis adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, foram executados quando
conversavam em frente a um prédio público, localizado na rua Padre
Júlio Maria, em Icoaraci, distrito de Belém, na noite de 19 de novembro
de 2011.
“Esperamos que desta vez seja feita justiça
neste caso. Devido o medo das testemunhas em falar o que viram, o
processo não vai ser fácil. Nas outras audiências, aqui em Icoaraci, os
comparsas dos acusados ficavam na frente do prédio, para intimidar as
pessoas que iam depor. Os acusados do crime são perigosos, e conhecidos
por cometerem vários crimes na Grande Belém. As pessoas tem medo de
mexer com eles”, afirmou Ronald Luz, coordenador do Movimento de Paz e
Direitos Humanos de Icoaraci.
Para a Sociedade Paraense de Defesa dos
Direitos Humanos (SDDH) o julgamento é um avanço para a luta contra o
extermínio e a tortura da juventude das periferias. “Esses casos devem
ser cada vez mais denunciados, pois menos de 10% conseguem chegar a
julgamento. É preciso mostrar para a população em geral que há
consequências jurídicas na pratica de justiça pelas próprias mãos”,
defende Anna Lins, advogada da entidade.
Esta é a segunda data marcada para o júri do
ex-militar. A primeira, em agosto passado, foi adiada a pedido do
advogado do Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente), para
localização de testemunhas consideradas imprescindíveis. A previsão é de
que sejam ouvidas 19 testemunhas, 15 das quais de acusação.
OS ACUSADOS
Rosivan Moraes de Almeida é ex-cabo da
Polícia Militar e apontado como mentor e executor do crime. Na época,
ele foi preso em frente à residência da mãe, próximo ao local onde os
adolescentes foram executados. Segundo informações, ele já foi acusado
de ter envolvimento em outros crimes na Região Metropolitana de Belém.
Antônio Bernardino da Costa, conhecido como
‘Negão do Moura’ foi acusado de ser o segundo homem envolvido na
chacina. Por não ter provas suficientes, ele está esperando o julgamento
em liberdade.
Fonte: DOL