Dani Lins comemora mais um ponto do Brasil (Foto: LUCIANO CLAUDINO/FRAME/Agência Estado)
- Não é que eu fique menos nervoso que isso (risos). Eu já tinha pedido aos juízes por causa da bola. Na hora que a Dani foi sacar, estranhou a pressão da bola. Eu já tinha alertado a mesa (de arbitragem) que a bola estava murcha. É a pressão normal do jogo, que vamos ter sempre. Principalmente jogando contra os EUA, que é um time muito forte taticamente, bem arrumado. As nossas jogadoras estavam incomodadas com a velocidade e o estilo de jogo delas até conseguirmos ajustar o bloqueio para elas. Foi fracionado, aos poucos conseguimos melhorar - explicou o treinador.
Capitã da seleção, Fabiana mudou o jogo ao entrar no segundo set. No ataque, Gabi mostrou paciência para enfrentar o bloqueio americano e saiu como um dos principais destaques da partida em seu primeiro duelo contra os EUA. Para ela, a tensão de Zé Roberto fez com que a equipe acordasse na partida.
- Nós fizemos muitos vídeos dos EUA, sabíamos que elas estavam jogando muito rápido. Ele estava nervoso justamente por isso, não estávamos conseguindo fazer a marcação direito. Ele estava ficando nervoso com a gente. E isso foi bom para que ficássemos ligadas o jogo inteiro. Mas conseguimos soltar bem o jogo - disse a ponteira.
No próximo fim de semana, a seleção, que soma oito pontos na classificação, disputa a segunda etapa do Grand Prix, em Porto Rico. Lá, a equipe enfrenta as donas da casa, a Bulgária e a República Dominicana.
Os cumprimentos à rede pareciam sinceros. Ainda que tenham decidido as últimas duas finais olímpicas e as três edições anteriores do Grand Prix, Brasil e Estados Unidos mantêm uma rivalidade apenas na bola. Nada de provocações ou xingamentos, como contra Rússia e Cuba. Mas, quando o primeiro saque é dado, as coisas mudam. A pressão ganha força, e a relação já não é assim tão simples. No ataque de Hill e na condução de Adenízia, as americanas largaram na frente. A recuperação brasileira veio ligeira. Quando Juciely mandou a bola ao chão, as donas da casa foram para o primeiro tempo técnico em vantagem (8/6).
Mas Zé Roberto já alertara: apesar de renovada, a seleção americana tem um padrão tático bem definido. E muito talento. Nos pontos de Kimberly Hill, Kelly Murphy e Christa Harmotto, que vinha sendo reserva até este domingo, os EUA logo viraram e dispararam no placar. O técnico brasileiro tentou acertar o time com a inversão 5 por 1, com Sheilla e Fabíola em quadra. Não adiantou. Assim como nas partidas anteriores, com um ritmo inferior às rivais, o Brasil largou atrás no placar. No ponto de Harmotto, sem defesa para Dani Lins, as visitantes fecharam o set em 25/17.
Em um erro de saque das americanas, o Brasil saiu na frente no segundo set. Mas o jogo era tenso. Quando Monique se preparava para sacar, Zé Roberto reclamou que a bola estava murcha. O técnico chegou a entrar em quadra para reclamar com a juíza, que deu amarelo para o brasileiro e o ponto para as americanas. Os EUA, então, foram para o primeiro tempo técnico em vantagem: 8/6. Mas a discussão fez a seleção acordar.
Fabiana, que ainda tenta recuperar sua melhor condição física, foi para a quadra no lugar de Adenízia. A capitã logo marcou um ponto, animando a torcida. A seleção, então, começou a tirar a diferença. No melhor rali do jogo, com uma bela defesa de Gabi, o Brasil chegou ao ponto com Monique. O lance deu moral. Depois de dois erros de ataque em sequência das rivais, as brasileiras chegaram ao empate (17/17). A virada veio em mais um erro de Hildebrand, mandando a bola na rede. As visitantes se perderam, e o Brasil aproveitou. Ainda que os EUA tenham ameaçado uma reação, Fernanda Garay pôs fim à parcial: 25/23.
Com bloqueio triplo, seleção fecha porta para ataque de Hildebrand (Foto: LUCIANO CLAUDINO/Agência Estado)
O terceiro set começou com mais um bom rali. Com um bloqueio sobre Monique, as americanas levaram a melhor. Mas era um jogo equilibrado. Os Estados Unidos chegaram ao primeiro tempo técnico em vantagem, depois de ponto de Harmotto (8/6). Só que o Brasil estava bem na partida. Quando Murphy mandou seu ataque para fora, a seleção da casa passou à frente no placar: 9/8.
Àquela altura, Fabiana justificava a condição de líder da equipe. A capitã orientava o time, brilhava no bloqueio ao lado de Juciely e, vibrante, dava calor ao jogo. A seleção aproveitou o bom momento e passou a dominar a partida. No ataque, Gabi e Monique mostravam força e faziam o Brasil se manter à frente no placar. As americanas já não tinham força para reagir. Hildebrand, que jogará a próxima Superliga pelo Campinas, isolou um ataque, e as donas da casa venceram mais uma parcial: 25/18.
Zé Roberto conversa com Dani Lins antes do
último set (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Antes do retorno à quadra, Zé Roberto puxou Dani Lins e conversou
separadamente com a levantadora. O treinador seguia preocupado. A cada
lance, mesmo que favorável à seleção, o treinador se mostrava tenso.
Tanto que, com os EUA abrindo vantagem, o técnico ouviu o pedido da
mesma Dani Lins: “Calma, Zé. Calma”. Mas as americanas davam razão ao
comandante brasileiro. As visitantes abriram 10/5, e Sheilla e Fabíola
foram para a quadra na inversão 5 por 1.último set (Foto: João Gabriel Rodrigues)
A mudança dessa vez funcionou. Aos poucos, a seleção voltou a crescer. Conseguiu tirar a vantagem americana ponto a ponto e chegou ao empate em ataque de Gabi. A virada veio na sequência, com Sheilla. Por um momento, as americanas voltaram a tomar a frente, mas um bloqueio de Fabiana devolveu a vantagem às donas da casa. E foi assim até o fim. Em ataque preciso, Sheilla fechou a tampa: 25/20.
Confira as escalações das equipes:
Brasil: Juciely, Dani Lins, Adenízia, Gabi, Monique e Fê Garay. Líbero: Camila Brait. Entraram: Fabiana, Fabíola, Sheilla e Michelle.
EUA: Glass, Gibbemeyer, Harmotto Hildebrand, Murphy, Hill. Líbero: Tamari Miyashiro. Entraram: Lichtman, Fawcett, Paolini e Hagglund.
Fonte: Globo Esporte.com
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