“98% da causa do surgimento do câncer do
colo do útero é o HPV (Papiloma Vírus Humano). A infecção pelo vírus
ocasiona a mutação do DNA das células do colo do útero, causando a
proliferação de células, o que pode gerar o câncer. A estimativa do Inca
(Instituto Nacional de Câncer) é que sejam diagnosticados 830 novos
casos de câncer do colo do útero no Pará este ano”, disse o
ginecologista oncológico, Celso Hideo Fukuda, fazendo um alerta para a
importância de prevenir o contato com o vírus.
De acordo com o ginecologista oncológico,
existem 100 tipos diferentes de HPV. Pelo menos 13 deles são
considerados oncogênicos, ou seja, podem causar câncer. O HPV pode
ocasionar lesões de baixo risco e de alto risco no colo do útero que
podem evoluir para o câncer se não forem tratadas a tempo, com o
tratamento adequado.
“O exame preventivo é o único que pode
rastrear lesões pré-cancerígenas ocasionadas pelo HPV, pois não são
visíveis a olho nu. A infecção pelo vírus pode gerar o aparecimento de
verrugas e ‘crista de galo’ na região genital. Muitas vezes as pessoas
têm as verrugas, mas não tem risco de ter câncer. A incidência do câncer
é maior em mulheres com idade entre 30 a 40 anos. Boa parcela é porque
não fazia o preventivo”, explica o médico.
O especialista disse ainda que 50% das
adolescentes não virgens já teve contato com o HPV, por isso a prevenção
é imprescindível. De acordo com o ginecologista, existem dois tipos de
prevenção: a primária e a secundária. A primária é a prevenção da
infecção com uso de camisinha durante as relações sexuais. E também a
vacina contra o HPV, ofertada pelo governo federal , através do Sistema
Único de Saúde (SUS), para meninas de 11 a 13 anos.
A infecção pelo vírus HPV pode atingir
também as regiões anal e oral, gerando o risco de câncer nessas áreas.
Em geral, a infecção causada pelo HPV é assintomática ou pode provocar o
aparecimento de verrugas na pele e nas mucosas. Porém, se as lesões
evoluírem e se tornarem pré-cancerígenas, a região genital da mulher
pode produzir uma secreção em maior quantidade. Já no caso de evoluir
para o câncer do colo do útero, podem ocorrer sangramentos vaginais.
Dependendo da resistência do organismo, pode levar de cinco a dez anos
para os sintomas aparecerem.
A falta de informação reflete dados
alarmantes e o câncer do colo do útero já é o mais comum entre a
população feminina do país. De acordo com o Inca, a Região Norte tem a
maior incidência do câncer do colo do útero, com cerca de 23 casos para
100 mil habitantes. Em 2014 já foram registrados 1.890 casos na região.
Dados mais recentes do Sistema de Informação sobre Mortalidade (Sinam),
do Ministério da Saúde, indicam que no Brasil aproximadamente 685 mil
pessoas são infectadas pelo HPV a cada ano, e 4.800 mulheres morrem em
decorrência do câncer de colo do útero.
Fonte: (Diário do Pará)
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