Plano decenal prevê contribuição do Estado com energia de Belo Monte, Teles Pires e Tapajós
O Estado do Pará será fundamental para a expansão da energia no País nos
próximos anos. É o que diz o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE)
2024, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na edição do
Diário Oficial da União de 29 de dezembro de 2015, por meio da Portaria
nº 555, de 28 de dezembro de 2015. O PDE sinaliza com investimentos na
ordem de R$ 1,4 trilhão em energia elétrica, petróleo, gás natural e
biocombustíveis.
O Pará contribuirá para o plano com a geração de energia nas
hidrelétricas de Belo Monte, Teles Pires e Complexo do Tapajós, entre
outras. Na expansão de projetos de geração de energia eletrica no País, a
Região Norte apresenta a maior percentual de crescimento: 149%,
passando de 18.242 MW (14% de participação) em dezembro de 2014, para
45.353 MW (23%) em dezembro de 2024, totalizando 27.111 MW em expansão
da potência instalada. O Sistema Interligado Nacional (SIN) terá um
acréscimo de 73.569 MW, com crescimento de 55,3% na oferta de
eletricidade neste decênio.
Com o PDE, a capacidade instalada de geração de energia elétrica
subirá de 132,9 GW para 206,4 GW até 2024. Projetos já contratados e
projetos cujos estudos estão em fase de conclusão compõem a expansão
hidrelétrica no País. São destaques nesse cenário a entrada em operação
as usinas de Belo Monte e São Luiz do Tapajós, com 11.233 e 8.040 MW de
potência total, respectivamente. Essas duas usinas equivalem a 68% da
expansão hidrelétrica.
Os projetos hidrelétricos que constam no PDE somam 28.349 MW, mas,
por causa do longo período de motorização de alguns empreendimentos de
grande porte, esta capacidade total deverá estar disponível para
atendimento ao SIN apenas no ano de 2027. A viabilização desses
empreendimentos acrescentará 23.209 MW até dezembro de 2024, cerca de
82% da sua capacidade instalada total.
“A capacidade de geração hidráulica aumentará de 90 GW para 117 GW,
aproximadamente, de 2015 até 2024. Na região Norte ocorrerá a maior
expansão hidrelétrica, devido à entrada em operação de grandes
empreendimentos”, diz o texto do PDE.
Sobre as interligações (permitem a otimização do uso dos recursos
energéticos disponíveis nas regiões do País e também o escoamento da
energia gerada distante dos centros de carga), é colocado no PDE: “Por
conta da relevante expansão da oferta de energia das usinas eólicas
localizadas na região Nordeste, além da previsão de entrada em operação
das primeiras máquinas da UHE Belo Monte e das máquinas adicionais das
usinas do Madeira, está prevista ao longo de 2016, a incorporação ao SIN
de expansões para promover o escoamento deste excedente de energia das
regiões Norte e Nordeste para a região Sudeste/Centro-Oeste”.
O PDE diz ainda: “Os intercâmbios negativos caracterizam exportação
de energia para outras regiões. A região Norte, por possuir
predominância hidráulica, consegue fornecer energia às outras regiões
durante o seu período úmido. Dessa maneira, as regiões com maior
capacidade de regularização, como o Sudeste/Centro-Oeste, podem reduzir a
geração de energia das usinas com reservatórios para tentar maximizar
seus despachos nos períodos nos quais as vazões afluentes são menos
favoráveis”.
COMPLEXOS
Localizado na região da Volta Grande do rio Xingu, próximo às cidades
de Altamira e Vitória do Xingu, no Pará, o complexo Belo Monte, na sua
configuração final, terá capacidade instalada de 11.233 MW. O início de
motorização da usina está previsto para o primeiro semestre deste ano.
A bacia do rio Teles Pires (nas proximidades das cidades de
Paranaíta, no Mato Grosso, e Jacareacanga, no Pará), é caracterizada por
um potencial hidrelétrico de cerca de 3.500 MW, a serem distribuídos
por cinco usinas - Sinop, Colider, São Manoel, Foz do Apiacás e Teles
Pires.
Os estudos para definição do sistema de conexão das usinas do
Complexo Hidrelétrico do Tapajós encontram-se em desenvolvimento. O
sistema está sendo concebido considerando, a partir de uma subestação
coletora no distrito de Miritituba (PA), a SE Miritituba 500 kV, um
tronco em corrente alternada 500 kV, com capacidade da ordem de 3.000 MW
chegando na SE Parauapebas 500 kV e dois elos em corrente contínua
direcionados para as regiões Sudeste/Sul, com potência total e modulação
e pontos de chegada ainda não definidas.