Movimento fechou mais 13,2 mil agências em todo o Brasil
Foto: Ary Souza / O Liberal
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Estado do
Pará promoveu, ontem à noite (3), em sua sede no Reduto, em Belém, mais
uma assembleia geral com o objetivo de prestar informações à categoria
sobre o andamento da greve que ontem completou 28 dias. Os sindicalistas
dizem que o movimento vai continuar, informando ainda que não não há
previsãode nova rodada de negociações com a Federação Brasileira dos
Bancos (Febraban). Levantamento do comando de greve no Pará dá conta que
87% das cerca de 440 agências e postos bancários estão fechados apesar
de a categoria manter os serviços essenciais para a população como o de
compensação.
Durante a assembleia da noite de ontem, o comando de greve também
explicou a necessidade de os bancários continuar o movimento paredista,
apesar da forte "pressão imposta aos trabalhadores sobretudo dos bancos
privados". A greve deste ano, em dias parados, já supera o movimento
realizado em setembro e outubro de 2015, disse o assessor do sindicato
Alan Thomaz.
Alan disse também que sindicato está negociando separadamente com
dirigentes do Banco do Estado do Pará e que uma rodada de negociações
está agendada para hoje. Isso, diz o sindicalistam sinaliza um possível
acordo entre os bancários e o banco estatal.
NO BRASIL
A greve dos bancários provocou o fechamento de 13.245 agências e 29
centros administrativos, segundo balanço da Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Segundo o sindicato, o
número representa uma adesão de 56% da categoria.
O maior número de agências fechadas foi registrado no dia 27 de
setembro, quando 13.449 delas tiveram suas atividades paralisadas. De
acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias
instaladas, segundo último o balanço. Até ontem à noite, nenhuma nova
rodada de negociação foi agendada para esta semana.
Na quarta-feira passada, os bancários se reuniram com a Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban), mas o encontro terminou sem acordo, e os
grevistas decidiram manter a paralisação.
A greve já é mais longa do que a realizada pelos bancários no ano
passado, que durou 21 dias. Segundo a Contraf-CUT, a greve mais longa da
categoria na história foi em 1951 e durou 69 dias. Nos últimos anos, a
mais longa foi a de 2004, com 30 dias.
A Fenaban (que representa os bancos) ampliou na quarta-feira (28) a
oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos
benefícios. Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com
garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de
aumento real.
Segundo a Fenaban, a proposta "garante aumento real para os
rendimentos da grande maioria dos bancários e é apresentada como uma
fórmula de transição, de um período de inflação alta para patamares bem
mais baixos".
A proposta, no entanto, foi recusada. A categoria já havia rejeitado a
primeira proposta da Fenaban - de reajuste de 6,5% sobre os salários, a
PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A
proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário,
PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$
3,3 mil.
Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de
aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo
calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários
mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições
de trabalho.
Atendimento
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes
podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas
(desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de
cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e
supermercados), é possível também pagar contas e faturas de
concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e
fazer depósitos, entre outros serviços.
Fonte: ORMNews