sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Mulheres são maioria entre os pacientes do programa Hiperdia

O diabetes é uma doença silenciosa, que já atinge 12 milhões de brasileiros - o correspondente ao número total de habitantes da cidade de São Paulo, a maior do Brasil. A patologia é caracterizada por elevadas taxas de glicemia, ou seja, presença de açúcar no sangue. No Pará, dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) indicam que 63.081 diabéticos estão cadastrados no Sistema do Programa Hiperdia, o Sishiperdia. Aproximadamente 60% destes são mulheres com idade entre 55 e 59 anos. A faixa etária mais atingida pelo público masculino é de 60 a 64 anos. Embora preocupantes, as estatísticas omitem a taxa de subnotificação de casos, uma vez que há milhares de pessoas que procuram tratamento em rede particular, além daquelas que desconhecem ter a patologia. Por conta disso, o Dia Mundial de Combates ao Diabetes, celebrado hoje (14), chama atenção da população para os cuidados com a saúde e a importância do controle dessa doença. 
Para escapar da realidade de um leito hospitalar, é preciso que a população fique atenta à fadiga, perda de peso repentina, sede excessiva, problemas oculares e vontade de urinar com frequência - que são os principais sintomas do diabetes. O atendimento inicial ao portador da doença ocorre nas unidades de saúde do município de sua residência, através do programa Hiperdia. O programa é oferecido em 1.898 UBS espalhadas pelos 144 municípios paraenses, além de 919 estratégias do Programa Saúde da Família (PSF). Para se cadastrar nele, basta ter em mãos um documento de identidade com foto e comprovante de residência. Somente em 2013, 287 novos pacientes iniciaram o tratamento no programa no Estado - 62 pessoas a mais que o registrado no ano anterior.




Em casos mais complexos, os pacientes são encaminhados aos centros de especialidades que na região metropolitana são as unidades de referência da Presidente Vargas e Hospital Barros Barreto. No interior, as referências são os hospitais regionais. A Sespa informa que apoia os municípios em relação à distribuição de material educativo para as campanhas e capacitação dos profissionais de saúde da rede básica para o atendimento e cuidado do portador de diabetes.
Atualmente, o Pará tem 1.785 leitos com 328 máquinas de hemodiálise do Sistema Único de Saúde (SUS) sob gerência estadual para dar retaguarda para qualquer tipo de intercorrência. O número é considerado suficiente pela Sespa, se a atenção primária funcionar de forma adequada, posto que cerca de 80% dos casos do diabetes tipo I (deficiência do hormônio insulina), que é o mais comum, poderão ser tratados exclusivamente na rede básica. Somente casos mais graves e complexos do diabetes tipo I e tipo II (dificuldade de ação da insulina) serão de referência. No Pará, o Hospital Universitário João de Barros Barreto é referência em Endocrinologia e Diabetes, prestando assistência ambulatorial e hospitalar a pacientes que apresentam descontrole e agravamento da doença. 
Quanto à medicação gratuita para controle do diabetes, são 20 mil farmácias e drogarias privadas credenciadas em todo o país, oferecendo o programa “Saúde tem não preço”, instituído pelo governo federal em 2011. Os remédios podem ser retirados nas farmácias com o selo da Farmácia Popular do Brasil. Para pegar o remédio, a pessoa só tem que levar a identidade, o CPF e uma receita médica que tenha sido aviada no máximo em 120 dias, independente de ter sido prescrita por um médico da rede pública ou por médico particular. Idosos ou pessoas com dificuldade de locomoção podem ser representados por um responsável com procuração.

ORIENTAÇÕES
A endocrinologista Amanda Machado afirma que o diabético pode levar uma vida completamente normal. Porém, algumas privações são necessárias para manter a doença sob controle. Ela cita a retirada de açúcar e carboidratos simples (aqueles que se transformam em açúcar rapidamente) da dieta do paciente. A especialista alerta também para a exclusão de massas, pão branco, farinhas - inclusive a de tapioca - , molhos industrializados, salgadinhos e batatas do cardápio. “É muito difícil a adesão completa. É um processo de readaptação. Esses pacientes geralmente passam por um momento de transição, acompanhado por uma nutricionista. Nada é proibido. A gente tenta trocar os carboidratos pelos integrais. Por exemplo, o macarrão comum pelo integral; e pão branco pelo integral”, explicou.
Amanda reforça que o paciente deve ficar de olho na taxa de glicemia, no peso e na prática regular de exercícios físicos. Evitar fumo e consumo de bebidas alcoólicas também ajudam no tratamento. Segundo ela, as principais complicações oriundas da patologia são retinopatia (quando a diabetes atinge a retina e pode causar cegueira), nefropatia (disfunção dos rins), neuropatia diabética (quando o diabetes atinge os nervos que causam feridas que não cicatrizaram, e até amputações), enfarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). As duas últimas complicações são as que mais levam diabéticos a morte. “O melhor caminho é a prevenção. Fazer exames periódicos anuais - uma medida da taxa de glicemia em jejum, principalmente aqueles que têm acima de 45 anos; procurar seguir uma dieta equilibrada; e uma rotina de exercícios”, esclareceu. 
A endocrinologista observa que o “estilo de vida moderno” dos jovens - na sua avaliação, cada vez mais presos ao computador e ao celular -, tende a provocar sedentarismo e consumo de bebidas açucaradas e alimentos industrializados. “São fatores de risco para a obesidade, que é um fator de risco para a diabetes”, disse. “O alerta vai para os pais regularem a alimentação e as atividades físicas. Aqueles que já tem a doença o cuidado é não abandonar o tratamento, porque é preciso manter para o resto da vida a medicação”, completou.







Fonte: Portal ORM

 

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